sábado, 26 de maio de 2012

Provérbios Cá do Burgo


Introdução
Os provérbios apresentados, são apenas os do meu conhecimento pessoal. No meio em que nasci e cresci é muito usual o provérbio popular, porém muitos mais haverá que não constam da minha lista. Enumerei os que sei por ordem do abecedário.

A
As acções é para quem as pratica
As cadelas apressadas parem os cães cegos
A cavalo dado não se olha o dente
A curiosidade matou o gato
A verdade é como o azeite,vem sempre ao cimo de água
A ordem produz trabaho e economiza tempo
Abril frio pão e vinho
Abril águas mil
À noite todos os gatos são pardos
Águas passadas não movem moinhos
A conversar é que a gente se entende
A culpa morreu solteira
A brincar a brincar é que o macaco tramou a mãe
A galinha da visinha é melhor que a minha
A casamentos e batizados só vão os convidados
A candeia que vai à frente alumia duas vezes
A ocasião faz o ladrão
A palavras loucas orelhas moucas
A gente vê caras não vê corações
Albarda-se o burro à vontade do dono
Amor com amor se paga
Amigos amigos, negócios à parte
Andar de candeia às avessas
Andar com o carro à frente dos bois
Ande o frio por onde andar, há-de vir pelo Natal
Antes só que mal acompanhado
Ao pé do trabalho é que se espera o tempo
Ao menino e ao borracho, põe Deus a mão por baixo
A mulher, quere-se como a sardinha, fresca e pequenina
A sorte protege os audazes
As aparências iludem
Apanha-se mais depressa um mentiroso do que um cocho
As favas, Maio as dá, Maio as leva
A terra sabe pagar a quem a sabe lavrar

B
Boda molhada, boda abençoada
Bom julgador por si se julga
C
Cabrão de casa é o ultimo a saber
Cada um sabe de si, Deus, sabe de todos
Cada um de nós tem o que merece
Cada macaco no seu galho
Céu cavado ao fim de três dias é molhado
Comer o pão que o Diabo amassou
Com papas e bolos se enganam os tolos
Cantas bem mas não me alegras
Cão que ladra não morde
Carnaval à borralheira, Páscoa à soalheira
Como para viver, não vivo para comer
Contas com Jorge e Jorge na rua
Cortar o mal pela raíz
Casa que não é ralhada não é bem governada
Casa de ferreiro espeto de pau
Cautela e caldos de galinha, nunca fizeram mal a ninguém
Com ferros matas, com ferros morres
Com vinagre não se apanham moscas

D
Dá Deus nózes, a quem não tem dentes
Dá um chourisso a quem lhe dá um porco
Dá-lhe água pela barba
Dai a César o que é de César e, a Deus,o que é de Deus
Da discussão nasce a luz
Dar o seu a seu dono
Dar o passo maior que a perna
De boas intenções está o Inferno cheio
Deus, como dá a chaga dá a mezinha
Deus ajuda quem muito madruga
Devagar se vai ao longe
Depressa e bem não faz ninguém
Deus nos livre dos maus vizinhos ao pé da porta
Depois da tempestade vem a bonança
De um lado chove de outro venteja
De pequenino se torce o pepino
De Espanha, nem bons ventos nem bons casamentos
De noite todos os gatos são pardos
Deus nunca fechou uma porta que não abrisse outra
Dia de São Lourenço vai à vinha e enche o lenço
Dinheiro não tráz felicidade
Dinheiro esquecido, não é pago nem agradecido
Diz o tacho para a sertã: Chega para lá não me mascarres
Dos fracos não reza a história
Dura a mentira enquanto não chega a verdade

E
É como o vinho, quanto mais velhor melhor
É sempre bem vindo quem vier por bem
Em terra de cegos quem tem olho é rei
Emprenhar pelos ouvidos
Enquanto o pau vai e vem folgam as costas
Enquanto há homens não se confessam mulheres
Entre marido e mulher não metas a colher
É melhor uma boa briga, que uma má discussão
Erva ruím não a queima, a geada

F
Fala sózinho, fala com o Diabo
Fazer filhos em mulheres alheias
Fazer uma tempestade num copo de água
Fazer omoletes sem ovos
Fazer das tripas coração
Fazer a festa, deitar os foguetes e apanhar as canas
Fazer bem sem olhar a quem
Fazer ouvidos de mercador
Ficar com o menino nos braços
Filho que os pais amargura, jamais conte com ventura
Filho de peixe sabe nadar
Filhos criados, trabalhos redobrados
Fia-te na virgem e não fujas

G
Gado de bico nunca deixou ninguém rico
Gaivotas em terra é sinal de tempestade
Galinha de campo não quer capoeira
Galinha gorda por pouco dinheiro
Gato escaldado, até de água fria tem medo
Geada na lama, água na cama
Gordura é formusura
Grão a grão, enche a galinha o papo
Guarda o melhor tição para o mês de São João
Guardado está o pecado para quem o há-de comer

H
Há mar e mar, há ir e voltar
Há males que vêm por bem
Há sempre uma ovelha ranhosa no rebanho
Homem prevenido vale por dois
Homem pequenino, velhaco ou dançarino

I

J
Joga com um pau de dois bicos

L
Ladrão que rouba a ladrão tem cem anos de perdão
Laranja de manhã é ouro, ao meio dia é prata e à noite mata
Lavar as mãos como Pilatos
Var a cabeça a burros é um gasto de sabão
Levar o barco a bom porto
Levar a água ao moinho
Levantar cedo e, cedo erguer, dá saúde e faz crescer
Logo que o Outubro venha procura-se a lenha
Lua Nova trovejada trinta dias é molhada

M
Maior cego é aquele que não quer ver
Mais vale prevenir que remediar
Mais vale um pássaro na mão, que dois a voar
Mais vale só que mal acompanhado
Mais vale tarde que nunca
Mal por mal, antes na cadeia que no hospital
Mãos frias, coração quente, amor para sempre
Março marçagão, manhã de Inverno , tarde de Verão
Meter lenha na fogueira
Meter o carro à frente dos bois
Morte desejada é vida redobrada
Morrem uns para ben de outros
Mordeu o isco e gagou no anzol
Mudaram as moscas mas o cheiro é o mesmo
Muita parra pouca uva
Muita gente é que faz a guerra
Muito riso, pouco siso
Mulher honrada não tem ouvidos
Mulher bonita, espelho de cabrão

N
Na casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão
Não agrada nem a gregos nem a troianos
Não guardes para amanhã o que podes fazer hoje
Não à nada pior que é, a presença de quem nada faz ao pé de quem trabalha
Não vale a água que bebe
Não há amor como o primeiro
Não há fome que não dê em fartura
Não há mal que sempre dure e bem que nunca acabe
Não há fardo maior que a perguiça nem modestia maior que a ignorância
Não come para não cagar
Não vale a pena chorar sobre o leite derramado
Não queiras para os outros,  o que não queres para ti
No hospital e na prisão, é que se conhecem os amigos
No Carnaval, nada parece mal
No dia de São Martinho, vai a adega e prova o vinho
No melhor pano cai a nódoa
Ninguém sabe para o ques está guardado
Nem tudo o que vem à rede é peixe
Nem tudo o que luz é ouro
Nem o meu pai janta nem a minha mãe almoça


O
O amor e a fé, nas obras se vê
O medo é guarda a vinha
O último a rir é o que ri melhor
O luar de Janeiro não tem parceiro, o de Agosto dá-lhe no rosto
O segredo é a alma do negócio
O Diabo está sempre atráz da porta
O Saber não ocupa lugar
O que é doce nunca amargou
O cahimbo é que faz a boca
O que não mata engorda
O pepino é bom, lavado em sete águas e, por fim deita-se fora
Os ciganos não gostam de ver bons princípios aos filhos
Os amigos são para as ocasiões
Os homens não se medem aos palmos
Os cães ladram e a caravana passa
Olho por olho, dente por dente

P
Pais impertinentes fazem filhos desobedientes
Para lá do Marão, mandam os que lá estão
Para tráz mija a burra
Patrão fora dia santo na loja
Peixe não puxa carroça
Pela boca morre o peixe
Perdido por um, perdido por mil e um
Por morrer uma andorinha, não acaba a Primavera
Por dinheiro se move o mundo inteiro
Pescadores, caçadores e cães de caça é tudo a mesma raça
Presunção e água benta, cada um, toma a que quer
Primeiro ouve-se, depois julga-se

Q
Quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão
Quando o Março sai ventoso, o Abril sai chuvoso
Quando um burro zurra, o outro, baixa as orelhas
Quando um burro cai é que lhe assenta a pancada
Quando a esmola é grande o santo desconfia
Quando as putas são muitas, tiram a freguesia umas às outras
Quando Maio chegar, quem não arou há-de arar
Quanto mais chora menos mija
Quanto maior é a riqueza, maior é a ambição
Quanto mais alto se sobe maior é o trambolhão
Quanto mais me bates mais eu gosto de ti
Quanto mais a gente se baixa mais o cu lhe aparece
Quem dá e volta a tirar, ao inferno vai parar
Quem anda à chuva, molha-se
Quem cala consente
Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto
Quem casa quer casa
Quem chibos come e cabras não tem, de algum lado lhe vem
Quem corre por gosto não cansa
Quem dá o que tem, a mais não é obrigado
Quem desdenha quer comprar
Quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro
Quem está ao pé do lume é quem primeiro se aquece
Quem espera desespera
Quem faz guerra, quer guerra
Quem manda pode
Quem muito dorme pouco aprende
Quem muitos burros toca, algum há-de ficar para tráz
Quem muito gasta e pouco ganha, se não herdou, roubou
Quem morre porque quer, não se reza por alma
Quem não arrisca não petisca
Quem não tem cão, caça com gato
Quem não se sente não é filho de boa gente
Quem não chora não mama
Quem não pede não ouve Deus
Quem não quer ser Lobo, não lhe vista a pele
Quem não tem dinheiro não tem vícios
Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita
Quem poda em Março vindima no regaço
Quem parte e reparte e não fica com a melhor parte, ou é tolo, ou não tem arte
Quem te avisa teu amigo é
Quem tem boca vai a Roma
Quem tem filhos tem cadilhos
Quem tem padrinhos batiza-se, quem os não tem, morre mouro
Quem tem sorte ao jogo, tem azar aos amores
Quem tem amigos não morre na cadeia
Quem tudo quer tudo perde
Quem sai aos seus, não degenera
Quem tem cu tem medo
Quem vai ao mar avia-se em terra
Quem vai à guerra dá e leva
Quem vai vai, quem está está
Quem sabe ouvir, melhor sabe contar
Quem semeia ventos, colhe tempestades
Quem se mete em atalhos, mete-se em trabalhos
Quem compra o supérfulo depressa terá que vender o necessário
Querer sol na eira e água no nabal

R
Roma e Pavia não se fizeram num dia

S
Sabe mais que o mestre da música
Saber esperar é uma grande virtude
Segunda Feira é dia de sapateiros
São mais de sete cães a um osso
Se queres ver um pobre sobranceiro, dá-lhe a chave dum palheiro
Se queres ver o teu corpo, abre o teu porco
Se o Inverno não erra o caminho,há-de vir pelo São Martinho
Se a Senhora das Candeias se rir, está o Inverno para vir

T
Tantas vezes o cântaro vai à fonte que, um dia fica lá a asa
Tão ladrão é o que vai à horta como o que fica à porta
Todos temos telhados de vidro
Todo o burro come palha é preciso é saber dar-lha
Tem mais olhos que barriga
Tem sete vidas como os gatos

U
Uma mentira repetida muitas vezes, torna-se verdade
Uma mão lava a outra, duas lavam a cara
Um burro carregado de livros é um doutor
 Um mal nunca vem só
Um por todos, todos por um

VX Z
Vão-se os aneis ficam-se os dedos
Vinagre na serra, é vinho
Viver não custa, o que custa é saber viver
Vózes de burro não chegam ao céu
Zangam-se as comadres descobrem-se as verdades