sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Matança do porco na minha terra (Alentejo)

Vara de porcos de raça negra no Alentejo


Introdução

O porco, é uma espécie animal de adaptação fácil ao clima agreste do Alentejo. Os agricultores, tais como os particulares, têm tido pelo porco preto, também conhecido por porco de montanheira, uma preferência especial, pelo facto da sua carne ser mais saborosa. Em tempos não muito distantes, era usual os particulares criarem os seus porcos na possilga, enquanto os agricultores criavam as sua varas de porcos no meio do montado tendo como base principal de alimento a boleta. Posteriormente, apareceu a raça branca na espécie suina e, alguns suinicultores, optaram pelo por esta em deterimento do porco preto.
Neste resumo, farei referência à tradição da matança do porco na minha terra, fazendo uma resenha de todo o processo  juntando algumas fotos ilucidativas.Importa salientar que, é sempre nos meses mais frios do ano se fazem as matanças, é um trabalho repartido por homens e mulheres. Na matanças, são  escolhidas as fases da lua e, o período do mês, que não coicida com o ciclo menstrual das mulheres destinadas a tais tarefas.

PORCO BRANCO

A matança do porco consiste, primeiro um grupo de homens domina o animal, coloca-o na banca e um deles introduz a faca na barbela do animal até este secumbir. No chão, por norma, colocam um prato para recolher o sangue, este, é aproveitado para fazer a cahola e é também adicionado à carne das cacholeiras.
Esta foto retirada do blogue " Rouxinol Pomares" ilustra o acto de chamuscar o porco, neste caso, é chamuscado com um maçarico, todavia, em tempos idos, era chamuscado com um arbusto conhecido no Alentejo por "Tôjo". Após queimar a pele do animal, esta é raspada enquanto está quente e, de seguida lavada com água abundante, usando para tal um objecto duro. Só quando o animal se encontrar sem pelos e branquinho é que se dá por terminada essa etapa. 

De seguida, o animal é retirado da banca e pendurado. Aqui, é aberto e fica a enxugar e arrefecer durante o tempo necessário, sempre mais de seis horas. As fessuras são separadas das tripas e estas vão ser lavadas pelas mulheres da casa.


As tripas do porco, tem como finalidade os enchidos mais grossos, daí, a necessidade de serem lavadas em água corrente, após serem lavadas, adicionam pedaços de laranja, cebola e alho. Aqui, a desempenhar essa tarefas, podem-se ver a Lucinda a Sandra e a Boa Nova.

O João Barnabé, também ele o matador, desmanchou o porco após algumas horas. Aqui vê-se a separar o toucinho da restante carne.

A Lucinda, Sandra e Boa Nova, migam a carne do porco, ao mesmo tempo que a separam uma da outra, ou seja,  a das farinheiras para um lado, das chouriças para outro e dos paios, febras, costeletas etc, para outro.

Após a carne migada, esta é temperada e guardada por largas horas até estar bem fria, só depois são feitos os enchidos, ou seja, morcelas, farinheiras,chouriças, paios. O toucinho, para melhor conservação, outrora era guardado em salgadeiras e durante o ano era consumido. A restante carne, depois de curada, tanto ontem como hoje vai sendo consumida pelas famílias ao longo do ano. De notar que, a sua cura é feita à chaminés com lumes brandos durante alguns dias.
Escolhi esta foto, só para fazer distinção dos paios da chouriças, os mais claros são paios, enchidos com a  tripa do porco, a tripa das chouriças é origem comercial.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Alcunhas de ontem e de hoje

 O Alentejo, por natureza tem nas suas gentes um dom muito especial, no que respeita ao improviso, sentido de humor e um dialecto original. No meio rural, ao longo da sua história, homens e mulheres  metiam uns aos outros as suas alcunhas, a que davam o nome de "Anexim". O povo da minha terra seguiu essa tradição, sendo rara a pessoa que não tinha a sua alcunha. Sem sentido pejurativo, nomeadamente os homens, batizavam-se uns aos outros e passaram o testemunho às novas gerações. Por ter respeito e carinho por todos aqueles que que ostentaram essas alcunhas, deixo aqui no meu blogue algumas delas. Aos que já partiram a minha homenagem, aos que que estão entre  nós o meu abraço.


Eis algumas alcunhas:

Ácu ; Ar Mau ; Arame; Argolas ; Amarelo ; Atiça ; Arrabaça ; Ameixa ; Alcraviça ; Andorinho: Assobiarra


Banha ; Bácornito; Bajóla ; Batuca ; Balha Bem ; Beltrão; Bonita ; Berra ; Borreta; Boa Tarde ; Bota ; Brunho ; Bicas .


Cabeçanas; Cadelo; Cacarusso ; Caga; Caranguejo ;Cahapim; Cantigas ; Caretas ; Caracol ;Carola; Cariga ; Carromba ; Cabrero ; Camioneta ; Casaquinha ; Casinhas; Castelhano;  Cigano ; Charlôt ; Charranfã ; Chola ; Churra ; Chanca ; Charifa ; Corujo ; Corrucha; Cobra ;Casquinha.


Doutor ; Dezoito.


Escálda ; Escárra ; Estralinha ; Estraloca ;  Etiópio ; Ervilhas ; Espiguinha ; Enguiça ; Espanhol.


Faz-te Leve ; Farinha; Farrifa ; Fatias ; Fuinha ; Fuzila; Frêro.


Gaio; Galega; Galhofas; Garrocho ; Gato ; Gongo; Grão Preto; Grila.

Janeca;


Labumba;  Laborcas; Tatibó; Laparra ; Lagarto ; Lampanas; Limpas ; Lindo; Lobo.


Maltêz Rei ; Má Bica ; Manaças ; Manel da Vaca; Manjor Maluco; Malaganha ; Marrocáte ; Marengaço ; Magrizela ; Meio Litro ; Milheirinha; Missas ; Mimo ; Mouco; Móine ; Mourão ;Moura; Morena ; Murra ; Músico.


Nana; Nano; Nato; Numero Um ; Nega.


Patéu ; Pastor ; Padre Alemão; Palmiro; Parrancalho ; Pau Preto ; Parente ; Pato ; Patalino ; Palmiro ; Pá Cá ; Peras ; Pela ; Pelo;  Preto ; Pilérias ; Pingalhete ; Pica Peixe ; Polaco; Popinha.


Rabita- Rabó; Rato fadista; Ratão ; Rainho ; Ramboia ; Rebola ; Rei .

Queijeira.


 Samêras; Sapatanas, Sarrazina ; Senhorinha Pelada; Senhorinha Coelha; Sena; Sério ; Severa; Stálim
Sopa de tomate;

Tata Rita ; Taliscas ; Tenente ; Trinca ó Melro; Ti Vendas


Unta; Zabelica ; Zé do moinho; Zé peti;


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Caminhos da minha terra

Introdução

Esta mensagem sobre fotos, pertende dar a conhecer o que foi a vida do campo nos meus tempos de menino e moço. Todas as tarefas ilustradas em foto tive a sorte das executar. De referir, que me socorri de algumas fotografias tiradas da internet, conforme mencionadas, por não possuir um espólio suficiente. Sem qualquer interesse pessoal, as fotos expostas apenas servem para ilustrar parte do meu percurso de vida.


Lucinda em viagem


Ceifeira (debulhadora)

 O " Tio Manel " a caminho da faina

Foto de Manuel Falé

Foto "Alentejanos no Facebook"
Meu pai com as suas vacas e, os meus dois filhos, no Monte da Charneca



Este veículo de tracção animal, conhecido por trêm, é conduzido pelo meu primo Manuel Berbém. Como se pode ver, o trêm é puxado por cavalos e, destina-se ao transporte de alguns senhores de classe mais rica, ou ainda pelos feitores das  suas herdades. No caso concreto a foto foi tirada algures no Monte das
Herdades.


Alentejo Porcos de montanheira

Foto extraída  do Blogue "Cravos de Abril"


Alentejo colorido ( Foto : Blogue Cravo de Abril


segunda-feira, 21 de março de 2011

No Alentejo há "Sereias"



 Este grupo, está sediado na cidade de Budapest, Hungria, é composto por amadoras que adoram cantar nos seus tempos livres. Tem a particularidade  de terem várias nacionalidades, a jovem de estatura inferior é a Lina Chilra,  de nacionalidade portuguesa e Alentejana de gema, de Vila Viçosa.

The Rose

domingo, 2 de janeiro de 2011

Colecção de canetas

Esta minha colecção de esferográficas, tem sido feita com a ajuda de pessoas amigas, que me têm oferecido algumas e outras por troca. Não tenho investido na compra de canetas por ficar uma colecção dispendiosa, contudo, não deixa de ser interessante alguns modelos apresentados.



Aspecto Geral

Foto de pormenor nº1
Foto de prmenor nº 2
Foto de pormenor nº 3

Invulgares


terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Verdes São os Campos

Eu- Alcanena
Em patrulha
Descanso dos guerreiros

Em pose

Em convívio

Em Belver


Guiné Bissau
Quartel da Amadora

Quartel de Beja